OLHEI-TE

OLHEI-TE




Hoje ao acordar, mais uma vez, pensei em ti!

E desejei adormecer de novo!



Mas o sono não veio, como que a fugir dos meus sentimentos

Olhei-te!



Deitado ao meu lado, dormias silenciosamente e em paz.

Os lençóis desarrumados e o leve aroma a ti pairava no ar!



Obriguei-me a levantar e como uma máquina autónoma

Apanhei minha roupa espalhada pelo chão!

Vesti-me no silêncio da madrugada com urgência e mais uma vez

Olhei-te!



Queria sentir a tua paz, serenidade, mas só sentia desassossego!

Um desassossego que me queimava a alma e me turvava o olhar.

Mas que me fazia sentir viva!



Recordei a tua pele junto da minha, o teu suor com sabor a sal.

A tua pele morna e suave. As tuas mãos percorrendo o meu corpo.

Fechei os olhos e recordei a noite de paixão vivida a teu lado.



Como queria apagar aquelas recordações da minha mente.

Mas teu nome aflorasse-me aos lábios.

Olhei-te!



No teu sono silenciosos sorris-te, como se me lesses os pensamentos!

Eras o meu vampiro!

Eras quem me sugava a alma, o pensamento,

Quem me satisfazia na minha sede de amar, de me sentir viva.



Acerquei-me da janela entreaberta e senti a bruma do mar na pele.

Encostei a face ao vidro frio e as lágrimas correram-me pela face

Acariciando-a, molhando-a antevendo a saudade da tua ausência!



O meu corpo frágil ansiava novamente estar nos teus braços, sentir-me segura!

Sentir que nunca mais iria ter medo, ter pena de mim própria.

Olhei-te!



Mas tu já não estavas…

Quis gritar, chamar por ti, dizer-te não vás…



Mas a voz não me saiu do peito.

E no silêncio da noite abri os olhos e acordei.