segunda-feira, 1 de março de 2010

OLHEI-TE

OLHEI-TE

Hoje ao acordar, mais uma vez, pensei em ti!
E desejei adormecer de novo!

Mas o sono não veio, como que a fugir dos meus sentimentos
Olhei-te!

Deitado ao meu lado, dormias silenciosamente e em paz.
Os lençóis desarrumados e o leve aroma a ti pairava no ar!

Obriguei-me a levantar e como uma máquina autónoma
Apanhei minha roupa espalhada pelo chão!
Vesti-me no silêncio da madrugada com urgência e mais uma vez
Olhei-te!

Queria sentir a tua paz, serenidade, mas só sentia desassossego!
Um desassossego que me queimava a alma e me turvava o olhar.
Mas que me fazia sentir viva!

Recordei a tua pele junto da minha, o teu suor com sabor a sal.
A tua pele morna e suave. As tuas mãos percorrendo o meu corpo.
Fechei os olhos e recordei a noite de paixão vivida a teu lado.

Como queria apagar aquelas recordações da minha mente.
Mas teu nome aflorasse-me aos lábios.
Olhei-te!

No teu sono silenciosos sorris-te, como se me lesses os pensamentos!
Eras o meu vampiro!
Eras quem me sugava a alma, o pensamento,
Quem me satisfazia na minha sede de amar, de me sentir viva.

Acerquei-me da janela entreaberta e senti a bruma do mar na pele.
Encostei a face ao vidro frio e as lágrimas correram-me pela face
Acariciando-a, molhando-a antevendo a saudade da tua ausência!

O meu corpo frágil ansiava novamente estar nos teus braços, sentir-me segura!
Sentir que nunca mais iria ter medo, ter pena de mim própria.
Olhei-te!

Mas tu já não estavas…
Quis gritar, chamar por ti, dizer-te não vás…

Mas a voz não me saiu do peito.
E no silêncio da noite abri os olhos e acordei.

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